Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela

domingo, 27 de setembro de 2009

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A verdade é algo perseguido por todos. A cada momento da vida, a cada instante, você vai desenvolvendo "verdades", isto é, vai dando significado para si mesmo e para o mundo que o cerca.
Estes significados vão servindo de modelos que, ao longo do tempo, transformam-se em formas as quais passam a ditar aquilo que é percebido, pensado e sentido. Pense quando foi a última vez que você questionou as coisas corriqueiras; como sua higiene pessoal,a vida que você "construiu"...

A cada nova experiência, a cada noite de sono, a cada despertar, acordamos para uma "nova vida". Assim, ao menos deveria ser, mas, infelizmente, preferimos enxergar os acontecimentos com os "velhos olhos" do passado. Deste modo, perdemos a relação com o "agora" e não nos oferecemos livres para o contato puro com o momento presente.

Ao invés de nos lançarmos ingênuos para o momento presente, nos cercamos da "certeza" daquilo que pensamos - aquilo que é o certo, o digno. A "certeza" é a grande armadilha que nos empurra para a cegueira do dogma. O mais infame desta cilada está em não permitir ao desafortunado prisioneiro, a menor chance de escapar, pois, no dogma, o questionamento e o crescimento não existem.

Como, portanto, saber o que pensar? Como discernir entre o certo e o errado? A verdadeira questão deveria ser: Como ser feliz? Qual será o prazer que me fará mais pleno?

Todos nós buscamos, conscientemente ou não, o "prazer". Cada qual ao seu modo, em seu ritmo e com a sua capacidade. Sim, possuímos energias diferentes. Não somos todos iguais, nem física nem psiquicamente.

Muito provavelmente a felicidade e o prazer farão parte da sua vida se você desenvolver esse senso crítico da própria existência. Não são os outros que deveriam ser o seu objetivo de vida.

Os outros deveriam, apenas, compartilhar de sua alegria. Permita que eles desfrutem daquilo que transborda em você. Pense sempre em preencher os outros com a sua presença, a sua infinita vontade de sentir prazer em cada segundo de sua vida.

Busque não pensar em ser preenchido pelo mundo. Lembre-se:"Você cria o mundo no qual vive!" Você é capaz de transformar e modificar as relações do "seu mundo". Ao acordar, "crie" o seu dia.Quando tiver um problema, "crie" a sua solução. Quando estiver desanimado, "crie" sua felicidade.

Um abraço,

Marcelo Bonachela

domingo, 20 de setembro de 2009

Síndrome do Pânico




O tema da palestra do dia 24 será Síndrome do Pânico e Ansiedade. Como este quadro aparece frequentemente, achei interessante trazer alguns pontos sobre o problema.


Na Síndrome do Pânico, a pessoa sente como se estivesse com algo muito errado em seu corpo, pois este se comporta de modo muito "estranho", porém os exames clínicos não detectam nada de anormal com seu organismo. O corpo reage como se estivesse frente a um perigo extremo, porém não há nada visível que possa justificar esta reação. Na Síndrome de Pânico o perigo vem de dentro.


Os ataques de pânico se iniciam geralmente com um susto em relação a algumas sensações do corpo. Estas sensações disparadoras podem ser desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor...


A partir deste susto inicial, começa um processo de medo e ansiedade que vai crescendo até atingir uma intensidade em que a pessoa se sente em estado de desespero e pânico. No estado de pânico a pessoa pode se sentir "fora da realidade", com falta de ar, taquicardia, desesperada e achando que vai morrer.

OS SINTOMAS: Taquicardia, perda do foco visual, falta de ar, dificuldade de respirar, formigamentos, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, medo de perder o controle, sensação de irrealidade, despersonalização, medo de enlouquecer, sudorese, tremores, náuseas, desconforto abdominal, calafrios, ondas de calor, medo de desmaiar, sensação de iminência da morte, boca seca.

ANSIEDADE ANTECIPATÓRIA: Uma das características da Síndrome do Pânico é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise.

A experiência do Pânico é muito próxima do DESESPERO DE UMA CRIANÇA pequena que se sente perdida dos pais, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se deixada ao devir, frágil, sem proteção, sob o risco do aniquilamento e da morte.

Geralmente, as pessoas com pânico sentem uma sensação de estar "ausente", meio fora da realidade, se sentindo distante dos outros, mesmo de quem está ao seu lado. Os olhos perdem o foco... Neste momento a crise se inicia.

O TRATAMENTO: Há alguns objetivos básicos no tratamento da Síndrome do Pânico:

1 - Aprender a gerenciar as crises, diminuindo a intensidade e a incidência dos sintomas nas crises de Pânico.

2 - Modificar a relação da pessoa com as sensações do próprio corpo.

3 - Restabelecer e desenvolver a capacidade de criar e sustentar conexões e vínculos com pessoas significativas, o que protege do desamparo e da ansiedade.

4 - Elaborar os processos psicológicos que estavam atuando quando as crises começaram e que mantém a pessoa em estado de pré-Pânico.

A MELHORA advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos e sente-se profundamente conectada com as pessoas afetivamente importantes para ela.


Superar a experiência da Síndrome do Pânico pode ser também uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo de vida de cada um.

domingo, 13 de setembro de 2009

Faça alguma coisa!



Quando tiver algum problema

faça alguma coisa!

Se não puder passar por cima,

passe por baixo,

passe através,

dê a volta,

vá pela direita,

vá pela esquerda.

Se não puder obter o material certo,

vá procurá-lo.

Se não puder encontrá-lo,

substitua-o.

Se não puder substituí-lo,

improvise.

Se não puder improvisar,

inove.

Mas, acima de tudo,

faça alguma coisa!

Há dois gêneros de pessoas

que nunca chegam a lugar nenhum:

as que não querem fazer nada

e as que só inventam desculpas...

domingo, 6 de setembro de 2009

Respeite-se




Quantas vezes nos sentimos desrespeitados?
Quantas vezes nos desrespeitamos para não faltar com o respeito ao outro?

Cada vez mais nos vemos na necessidade de agradar a um mundo cada vez mais gigantesco: temos que agradar à família, aos amigos, às minorias, agradar no trabalho, respeitar os dogmas e valores da religião ...

Todos estes mundos nos propõem muitas representações: por vezes distorcidas, contrárias às nossas vontades.

Além desses mundos, temos hoje a necessidade de agradar a um mundo cada vez mais concreto: o da comunicação.
Sim, talvez o mundo mais real de todos os que vivemos atualmente.
Precisamos nos desrespeitar em nosso momento de lazer e recolhimento para nos linkarmos nos acontecimentos que estão ocorrendo no mundo da comunicação desenfreada sem hesitação.

É, literalmente, muita luz para pouca visão, muita informação pra pouca condição de processar.
Sim, continuamos apenas seres humanos tendo que nos comportar como máquinas que processam informação durante as 24 horas do dia.

Muitos de meus pacientes que estão produzindo este auto-desrespeito e vivem plugados no MSN, Orkut, Twitter, Facebook e etc, estão se queixando de tensão, insônia, angústia e uma sensação de auto-agressão quando não estão colados em algo ou alguém, buscando informação.
Eles tem a sensação de que em poucas horas ficarão para trás, perderam centenas de emails, dicas, rastros de vida.

Não me espantará se daqui há alguns meses passe a existir esta nova modalidade de angústia existencial: a angústia de “não é comigo, mas eu preciso saber de tudo porque, no fundo, não vivo minha própria vida e minhas próprias sensações.”