Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela

sábado, 17 de setembro de 2011

O homem que deve





Sabemos que, de algum modo, todos nós somos cobrados por nossas atitudes: o padre por sua santidade, a dona de casa pela limpeza, o motorista por sua dirigibilidade, o psicólogo por sua sanidade (hum, desista!).

Infelizmente, muitos adultos que conheci acreditam nesta armadilha que a sociedade nos prega. Alias, o engraçado é que todo neurótico que se sente pressionado é, ao mesmo tempo, o primeiro a apontar o dedo e dizer: “Você precisa fazer isso. É sua obrigação”.

Pense bem, somos constantemente renovados pela própria condição de estarmos vivos. Um dia você se forma em determinada área, agora isso não faz o menor sentido em seus projetos. Um dia você se casou, apaixonado, mas agora aquela pessoa não faz o menor sentido em seus sonhos...


Amadureça, perceba o agora que você está vivendo e assuma integralmente este momento presente. Não se sobrecarregue por decisões e situações do passado que nada mais significam para você.

Não sofra pelo julgamento daqueles que não compreendem que você mudou tanto. Infelizmente, estas pessoas, presas ao passado, terão que experimentar a frustração e a decepção de terem confiado tanto em você, de terem depositado tanto empenho na relação.

Você não deve nada quando muda. Você deve apenas aceitar a incapacidade dos antigos de não perceberem a brutal transformação ocorrida em sua vida. Lembre-se que, para você, o mundo mudou, as sensações são outras, os sonhos são os que nunca foram imaginados, portanto, se desejar, tenha alguma tolerância pela lerdeza dos que o rodeiam, mas lembre-se de que você deve apenas se esforçar para continuar construindo seus sonhos.

- MARCELO BONACHELA

sábado, 3 de setembro de 2011

A moça apaixonada





Quantas vezes nos percebemos como Ícaro, quantas vezes somos direcionados para tarefas impossíveis, mas não conseguimos resistir à enorme atração que pensamos existir no objeto de desejo.

Esta situação é extremamente recorrente entre algumas mulheres que, ofuscadas pelo brilho do sol, perdem a razão, a sensibilidade e a refinada intuição tão característica do feminino.

Muitas se cegam e se lançam sem controle em relacionamentos amorosos que, se analisados sem tanta sofisticação por uma amiga íntima, classificaria a relação como “barca furada”.

O perfil clássico do ‘capitão desta barca furada’ é o de um homem aparentemente seguro, aparentemente em conflitos com outra relação (em 98% dos casos, o próprio casamento), aparentemente desesperado, pois percebe que encontrou o grande amor de sua vida e, por fim, aparentemente capaz de amar profundamente a sua vítima.

Claro, tudo é apenas aparência, tudo neste homem é raso, tudo que este homem sente e vivencia é superficial. Este estado permanente de angústia entre as “responsabilidades da vida” e o “encontro de sua alma gêmea” não passa de auto-engano e dissimulação. No fundo, ele não tem capacidade erótica para viver um grande amor, ele não tem sequer auto-estima suficiente para pertencer a uma relação amorosa.

A baixa auto-estima se evidencia na sua infinita capacidade de ser exposto como cafajeste ou covarde pela pretensa amada e por suas amigas. Aparentemente, o ‘capitão’ parece viril, desejado, mas, internamente, vê sua verdadeira face: a de um homem insuficiente, sem palavra e sem hombridade, pois, como todos testemunham, esta forma de vida é a mais falsa e não cumpridora da palavra.

O ‘capitão’ chora, se penitencia, promete e diz que desta vez irá resolver tudo. Chega até a “fazer um teatro” e sai de casa... E assim, a sonhadora, mais uma vez, dá a chance dele provar o impossível: que ele virou Homem.

- MARCELO BONACHELA