Blog com textos do psicólogo junguiano Marcelo Bonachela. Obrigado por sua visita, deixe seu comentário!
Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Você é humano
Em minhas aulas de Lógica (Filosófica), busco aguçar nos universitários o espírito questionador quanto às suas crenças “absolutas”.
Percebo a resistência e a dificuldade para perceber algo que não esteja em suas “zonas de conforto”, ou seja, em seu modo predileto de ver o mundo.
Sim, existem vários modos de ver o mundo, aliás, existem “vários mundos”, várias realidades e infinitas construções possíveis do real. Sempre que elaboramos nossa percepção com um juízo, desistimos de sermos confrontados com tantas outras formas.
Acredito que você já tenha percebido o quarto é frágil e efêmero o seu conhecimento. Isto é humano. E, já que você é humano, significa que você sempre terá um conhecimento incompleto, mas o mais incrível (e isto é humano também) é que você sempre achará que este é verdadeiro fruto de um profundo amadurecimento emocional e racional.
Portanto, meu caro humano, conforme-se com este fatalismo mortal e deixe a perfeição para o divino. Este sim, seja lá como você – precariamente - o percebe, possui o conhecimento.
Aliás, uma das coisas mais ilógicas que (neste momento) percebo é a persistente tendência humana de perder tempo tentando conhecer o divino, suas vontades e sua sabedoria.
Meu caro amigo, ponha-se no seu – humano - lugar e não tente o ato mais impossível que a mente humana pode empreender.
Quando perguntado sobre “deus”, brinco com meus alunos dizendo “Eu não penso deus, sou inteligente demais para isso”. Alguns acham a resposta prepotente, outros entendem e dizem que não conseguem ter este “atestado de profunda incompetência e impotência humana”.
Digo que já me acostumei com esta condição socrática “Tudo o que sei é que nada sei ... a respeito de deus”. Basta de esforço continuado e um verdadeiro desapego da maturidade humana que determina que há alguma regra, alguma vontade superior que justifica todas as atrocidades e maravilhas sofridas por todos e que, no fim, algo até de tudo irá julga-lo (de preferência positivamente).
Concordo com a visão de Sartre, que afirma que o homem é condenado a ser livre, portanto mesmo quando uma religião tem suas regras, o homem tem a escolha de segui-las ou não, é a sua vontade que é responsável por seus atos.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Free as a bird
Muitos de nós sonhamos com a liberdade, aliás, muitos, ao longo do tempo, deram suas vidas para que eles próprios ou aqueles pelos quais lutavam se sentissem livres.
Hoje em dia, com alguns direitos garantidos em quase rodo o mundo, a pergunta seria: “E você, quanto você luta por sua liberdade?”
Vivemos em um mundo de garantias, direitos e consumismo de artigos que, do cotonete ao GPS, compramos prontos. Não pensamos, não criamos, nem sequer nos identificamos com os objetos: “quebrou, trocou. Não quebrou, troca porque tem modelo novo”.
E o que falar de nosso ímpeto humano? Será que buscamos, nos dias de hoje, liberdade ou será que apenas pretendemos, sem saber, nos aprisionar num grupo de pessoas que consomem e convivem “livremente” em suas gaiolas, digo casas, digo caixotes empilhados chamados também de apartamentos.
Pare um pouco, pense nas transformações das últimas décadas. Pense em quantas satisfações e sonhos realizados você já teve e já se descartou. Será que você está amadurecendo ou será apenas que você perdeu o sentido da vida, o comando de sua própria vontade, de discernir o que traz prazer e liberdade para sua vida.
Cometa mais atos singulares, seus, totalmente seus. Lembre-se de quais eram os seus sonhos e objetivos antes de tanto LCD, GPS, 3GB, IPHONE ... tenho certeza de que você não estava tão errado e tão aprisionado assim.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Hipnose - Workshop
Nesta segunda-feira (11/01), lanço o Workshop de Hipnose. Serão 3 encontros, sempre às segundas (dias 11, 18 e 25/01), das 19:00 às 21:30. Nestes encontros, abordaremos teoria, mitos, técnicas, bibliografia recomendada e tiraremos as dúvidas que surgirem.Falo um pouco sobre o tema no texto abaixo, que foi publicado nesta semana no meu site (www.bonachela.com.br).
A hipnose é uma técnica reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia.Apesar disso, ainda é comum que as pessoas tenham dúvidas em relação à eficácia e seriedade do uso da hipnose.
O transe hipnótico é um estado natural que todos nós experimentamos ao longo da vida. É comum que percamos o foco de nossa atenção e entremos num estado de ‘sonolência’ da consciência. Isto ocorre quando estamos muito concentrados, por exemplo, vendo um filme; muitas vezes as pessoas passam pela sala ou o telefone toca e nem percebemos. Estávamos num nível rebaixado de atenção a outros estímulos.
Podemos também dizer que o transe é um estado de profundo relaxamento no qual o consciente e o inconsciente ficam mais receptivos à sugestão terapêutica.
A HIPNOSE deve ser utilizada com técnica auxiliar no tratamento terapêutico para acelerar o processo e, conseqüentemente, encurtar o tempo de tratamento. Isto ocorre porque, com a HIPNOSE, acessamos diretamente a psique profunda do paciente, ao invés de esbarramos nas defesas neuróticas que o ego levanta para se defender.
A HIPNOSE não possui nada de sobrenatural ou mágico, ela depende da ‘verdadeira vontade’ do paciente. Na HIPNOSE não ‘colocamos’ nada na pessoa, apenas resgatamos pensamentos e sentimentos que se encontram ‘adormecidos no fundo da psique’.
O êxito é possível porque acredito que boa parte de sua mente está desejando conquistar a segurança, a felicidade e a auto-estima que você ‘perdeu’. Tudo é uma questão de crenças, valores: Pense bem, hoje você tem a crença de que é ansioso, depressivo, não consegue falar em público... Mas você já foi um dia uma criança, um adolescente, um adulto que sorriu, se sentiu seguro, externou seus pensamentos... Percebe, tudo está dentro de você ‘adormecido’, eu preciso apenas trazer estes conteúdos positivos ‘de volta’ para a sua consciência.
Isto ocorre através de uma sugestão pós-hipnotica que é apresentada durante o transe. A nossa mente e nosso corpo reagem como aprendemos a reagir. Se aprendemos a ter medo de barata desde criança; teremos medo de barata. Em outras culturas, baratas podem ser bicinhos de estimação ou comida. Se acreditarmos que é fácil ser feliz e obter realizações, teremos uma energia positiva e próspera perante os problemas, entretanto, se acreditamos que a felicidade ‘é para poucos’ e que você não nasceu ‘...virado para a lua’, terá grandes dificuldades e se acostumará a perceber os tropeços e não os outros tantos passos firmes.
Tudo é muito óbvio e verdadeiro: Você pode fazer QUALQUER SUGESTÃO desde que RACIONAL E REALIZÁVEL. Desde que você realmente queira aprender alguma coisa, queira modificar algum hábito, e dê esta "ordem" ao inconsciente, obterá tal resultado.
Antes que você pense que eu ficarei falando apenas de HIPNOSE e não falarei de REGRESSÃO, saiba de algo importantíssimo que explico diariamente em meu consultório: A REGRESSÃO é apenas uma das centenas de técnicas das quais o transe hipnótico dispõe. Quando você ‘entra’ em transe, podemos realizar a amnésia, a hipermnésia, a regressão de idade, a progressão de idade, a escrita automática, a sugestão pós-hipnótica, a alucinação positiva e a negativa, etc.
Outro ponto relevante quanto à HIPNOSE: como qualquer outra técnica criada pelo homem, tem as suas limitações. Assim como muitos param de fumar com apenas uma sessão de acupuntura, bem como muitos se beneficiam com a reflexologia, também muito são os que conseguem êxito com a HIPNOSE.
Como as outras técnicas (tradicionais e alternativas), a HIPNOSE depende da empatia desenvolvida entre o profissional e o paciente, depende da capacidade de concentração do paciente, depende do comprometimento sincero que o paciente tem em relação ao problema abordado, depende de convicções religiosas, etc.
Acredito que isto seja importante, pois, ao longo de quase duas décadas, recebi muitos pacientes que ‘compraram’ de outros profissionais ‘ilusão da ‘cura’, da ‘técnica infalível’. Como disse anteriormente, tudo que é humano é falível e a HIPNOSE não seria exceção a uma regra universal.
Aconselho que você busque a HIPNOSE tendo em mente que a boa escolha do profissional é imprescindível e que a HIPNOSE não é uma técnica que fará tudo por você. Apenas em raros casos (aproximadamente 8% da população mundial) a HIPNOSE resolve de pronto a questão. Na maioria esmagadora dos casos, o paciente e o profissional hipnólogo buscarão juntos, sessão a sessão, a solução para o problema (costumo fazer com meus pacientes a seguinte analogia: a HIPNOSE é como aulas de alongamento: às vezes são necessárias várias sessões para se atingir o resultado desejado).
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