Muitos nos tempos atuais perseguem essa palavra: a competência. Em todos os ramos, em todos os estudos e em todos os processos devemos sempre ser competentes e nos destacarmos.
Na vida emocional o mesmo ocorre. Cada vez mais os psicólogos, os conselheiros e os orientadores nos obrigam a uma assertividade impossível de ser alcançada. Devemos passar uma ‘normalidade’ (para mim, sintoma primeiro de que você é completamente louco!), um controle das emoções e um estado de permanência sólido.
Tudo é a pasteurização de uma civilização de produção em massa que busca a simplificação e a objetividade dos dados apresentados. Todos os dias, as televisões e revistas semanais nos cobrem com ‘gurus do comportamento’ que sabem como VOCÊ deve educar seus filhos, salvar seu casamento, emagrecer 38 quilos em dois dias e, obviamente, como ser feliz.
Embora eu seja um psicólogo, sempre digo que, antes de tudo, sou um filósofo, isto é, filosofo acerca das coisas: de seus fundamentos, de suas conseqüências, de suas crenças e de sua efemeridade e singularidade.
Primeira regra para ser competente (do meu ponto de vista): tudo é singular no universo. Não conheci algo que não fosse único e distinto de seus semelhantes. Segunda regra (ainda do meu ponto de vista): tudo é inconstante, passageiro, ou melhor, como diziam os gregos, ‘tudo tende à geração e à corrupção’ (tudo tende a ter um nascimento e uma morte).
Pode ser que eu esteja errado e que, daqui a algumas centenas ou milhões de anos alguém descubra uma exceção a estas duas regras. O que importa é que estas regras (talvez ilusórias - como tudo que é humano) sirvam para que você desperte deste sono de coletividade e banalidade de sonhos e conquistas aos quais a sua vida está fadada.
- MARCELO BONACHELA