Acredito que este seja um belo modo de ver o mundo, entretanto não é para todos e é destes que me ocupo neste momento. Os introvertidos são hesitantes, são temerosos e desconfiados. Não possuem esta alegria toda e muito menos a vontade para se entregarem a tantas experiências externas.
Sempre comento com os meus pacientes que o lema de um introvertido é: “Quanto menos, mais!”. Sim, o introvertido não anseia por tantos encontros e tantas descobertas. Estas são vistas como ameaçadoras. Causam angústia, pois será necessário utilizar recursos dos quais não dispõem.
Infelizmente, a pasteurização social trata estes “tímidos” como depressivos, inseguros, fracos e medrosos. Isso é um absurdo, pois parte-se do princípio metafísico de que interagir ininterruptamente é saudável. Digo aos meus introvertidos que nosso único problema é que nascemos no lado errado do mundo. No Oriente clássico o introvertido, o cauteloso, o comedido, o de “poucas palavras” é sábio. O recolhimento é prestigiado como indicador de equilíbrio e sabedoria.
Portanto, caro “esquisito”, aprenda que o seu mundo interior é imensamente rico e que aqueles que sempre vencem e conquistam as melhores coisas da vida, nem sempre possuem a profundeza e a sensibilidade para perceber as riquezas que possuem. Não que os extrovertidos estejam errados; eles são apenas um lado da moeda (lembre-se que para você, nem a moeda importa).
Mesmo assim, planeje, proteja-se e faça pequenas saídas de sua concha. Apenas busque aceitar que as algumas coisas externas são boas e você pode interagir, mas, sempre mantendo a sua certeza de que nada externo é essencial. Acrescente um pouco de sensações à sua vida (apenas para provar um pouco do que tem do outro lado do muro), mesmo sabendo que nada externo é tão rico e intenso quanto o que existe no seu mundo interior.