É doce porque nada cobra. É generosa e acolhedora. Permite ser desfrutada sem pudores. Ao mesmo tempo, a Vida seduz e, assim, goza da alegria de dar aos mortais a sua eterna beleza.
A Vida é prazer. A presença prazerosa da Vida nos torna crianças querendo não ir embora do parque; deste colossal e diversificado jardim das delícias chamado vida. Queremos nos divertir. Queremos nos lambuzar.
É resgate dos sonhos, dos deuses, do universo, enfim, de tudo que existe - ou não - no mundo real. Ela resgata a felicidade. Entorpece-nos com suas suaves formas e com a sua presença ... deliciosa. Suave e penetrante, enche de alegria nossos olhos e nossas mãos.
A Vida é paixão. Pura experiência descontrolada de nossas conexões neurais que insistem em acreditar que tudo nunca acabará. É dor mórbida quando sentimos que não estamos envolvidos o bastante e é dor prazerosa quando sentimos a sua reaproximação e nos envolvemos irracionalmente em seus encantos.
Apesar de tanta beleza e sedução, a Vida, como tudo no mundo, possui o outro lado. Ela é também cruel e impiedosa, pois nos faz desejar o impossível: Tocá-la e respirá-la por todo o sempre.
A Vida sabe - e se faz de ingênua - que seu enciumado amante, o Tempo, irá nos afastar dela para que apenas o casal viva o verdadeiro coniunctio:a Vida se embeleza no Tempo e o Tempo se revigora na Vida.Pobre de nós, mortais, que ousamos sonhar com aquela que é por todos desejada, mas que, por essência e exuberância, mais recebe do que dá.
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