Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela

domingo, 18 de outubro de 2009

Escolha




Geralmente você não percebe que ao escolher algo, faz pela negativa, ou seja, escolhe não se vincular ao conjunto infinito de gratificações deixado para trás. É exatamente isto, você opta por deixar para trás outras situações que talvez fossem mais prazerosas do que aquela que escolheu.
Você deve sempre ter em mente que a sua própria condição de existência impõe, a priori, uma extrema limitação.
Somos corpóreos, limitados espacialmente. Nossos sentidos permanecem inevitavelmente presos a nossa existência, consequentemente, percebemos apenas aquilo que nos é próximo.
Você poderá estar imaginando como é arcaica esta concepção, afinal de contas, você liga o rádio e escuta vozes vindas de todos os cantos do planeta, você liga a televisão e tem, a sua frente, uma imagem de outro continente.
Correto, a tecnologia permite que você conheça coisas que talvez não fossem possíveis se tivesse que ir ao local onde encontra-se o objeto.
Caso você preste atenção de agora em diante, perceberá que no âmago de toda atenção e de toda esta informação, no centro de todo este rompimento de fronteira, no núcleo de todo este aparente alargamento de seus sentidos encontra-se simplesmente você, observando. Faz-se inevitável que você exista, faz-se inevitável que você reflita, faz-se absolutamente inevitável que você decida permanecer atento.
Você consegue perceber apenas aquilo que os seus sentidos existenciais podem absorver-evidentemente não estou me referindo as experiências místicas, religiosas.
Toda informação, seja ela emocional ou cognitiva, sempre está submetida a sua existência. Como percebe, você é ao mesmo tempo escravo de uma limitação corpórea e senhor da atenção pelos sentidos.
Você é sempre obrigado a direcionar suas atenções. Cabe, portanto, a tomada de consciência deste fato pra que, esforce-se conquistar e manter sensações gratificantes.
Você deve perceber que a sua auto-percepção está intrinsecamente ligada as suas sensações. Se selecionar na maior parte do tempo sensações prazerosas, humanizantes, de certo conquistará cada vez mais autonomia em relação ao mundo. Mas, se ao inverso, permanecer ignorando este poder,correrá o risco de subtrair sua dignidade de vida e terá, num determinado tempo,de se perguntar:
Quem realmente sou?
O que eu desejo?
Estou produzindo Felicidade para mim e para os outros?