Blog com textos do psicólogo junguiano Marcelo Bonachela. Obrigado por sua visita, deixe seu comentário!
Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela
domingo, 8 de novembro de 2009
O PIC-NIC
Muitas vezes, o homem se sente tão pressionado e exigido ante a iminência de um encontro sexual, que se torna impossível compreender como, nessas circunstâncias tão desfavoráveis, pretende ter uma ereção, uma ejaculação e orgasmo.
Infelizmente, para alguns homens, o sexo é um torneio competitivo, em que se ganha ou perde. Ganha quando se consegue uma ereção forte e continuada e quando os orgasmos e as mulheres podem ser exibidos como troféus.
Você deve estar pensando que estou me referindo àqueles homens grosseirões, que, geralmente, aumentam em cinqüenta por cento o tamanho de seu pênis e aumentam em duzentos por cento o seu desempenho sexual. Estou falando do homem comum e a platéia são os valores e preconceitos os quais estão incorporados dentro de nós mesmos, desde pequenos. Quando o homem não tem ereção, como supõe que sua "platéia" interior manda ter, sente-se verdadeiramente atormentado e inferiorizado. Tenho um paciente que está com um grau elevadíssimo de ansiedade quanto à penetração. Ele e a esposa estão, passo-a-passo, empenhados nos exercícios de orientação sexual mas, quando vamos mudar de exercício, ele fica ‘branco de pavor’ e pergunta se não vai ter que tentar a penetração. O casal infelizmente demorou dois anos para procurar um médico e este encaminá-los para mim. Neste tempo instalou-se um verdadeiro pânico em meu paciente que está, pouco a pouco, se dissolvendo.
Não se vai para a cama com uma mulher para assistir a um espetáculo. E muito menos quando se é o protagonista! O papel de bom amante exige uma entrega quase total; não se pode ir para a cama pensando em problemas, ou pensando no juízo que fará a parceira. Uma vez ouvi numa palestra de um sexologista que o encontro sexual deveria ser um saudável pic-nic. Num pic-nic tudo é alegria: sem etiquetas inúteis, estende-se uma toalha por sobre o gramado e come-se com a mão, bebe-se em qualquer copo, mistura sabores, experimenta a liberdade e alegria do encontro descompromissado. Assim, resumiu o sexelogista, deveria ser o encontro sexual: um momento de descontração, diversão e descobertas.