Clipe Within, Without You - Criado por Marcelo Bonachela

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Com o nó na garganta





Hoje, 31 de dezembro, véspera do ANo-Novo, resolvi escrever sobre mudanças, e por que às vezes elas são tão difíceis.

Muitas vezes nos sentimos pressionados frente a algumas questões. Vários são os momentos de angústias que experimentamos quando estamos “encurralados”.

O mais incrível é que geralmente tudo não passa de um problema infantil de não nos sentirmos aceitos ou respeitados (lembre-se de quando diziam: “Você não pode brincar, você é muito pequeno” ou “Você é feio; nunca mais vou gostar de você”).
Estas feridas – aparentemente simples – causam grandes cicatrizes. Muitas pessoas mais novas dizem – com orgulho – que nunca apanharam de seus pais. Todos nós sabemos que as palavras (inclusive as de seus pais) são mais pesadas e doloridas que muitos tapas.

Sempre precisamos da aprovação dos outros. Por mais insignificante e angustiante que isto possa ser, temos esta necessidade infantil presente em toda nossa vida adulta.
Manter a “criança feliz” viva dentro de você é lindo. Sentir curiosidade e entusiasmo pelos “brinquedos” da vida adulta é maravilhoso. Mas, ser prisioneiro de suas carências infantis e passar o resto da vida com um discurso ressentido é um ato anti-natural e covarde.

Ao invés de você ficar acomodado em suas desculpas: “Não tenho culpa, fui criado assim”, “Sempre tento, mas o passado fala mais alto” ... assuma a responsabilidade de sua vida e pare de culpar aquelas pessoas que , com certeza, também tiveram uma criação ruim e reproduziram a infelicidade para a geração seguinte, assim como você está prestes a fazer.

A vida é como é, ninguém pode mudá-la. As pessoas são como são, ninguém pode mudá-las, assim como você vai mudar não porque leu este artigo, mas porque queria mudar e só precisava de lago externo para justificar essa mudança.

Aproveite o simbolismo dessa data e proponha-se a mudar.
Aceite-se em suas limitações e a partir da consciência delas, evolua.
Realize mais sonhos.
Seja mais sincero com seus sentimentos.
Viaje.
Ouça mais música.
Leia.
Reserve tempo para as coisas simples.
Busque atividades que lhe fazem sentir-se bem.
Não tente agradar aos outros a qualquer preço.
Renove-se.

FELIZ 2010!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Boas Festas!



(para ver o cartão em tamanho maior, clique sobre ele)

Desejo a todos Boas Festas, e que 2010 seja pleno em conquistas e realizações!

Um abraço,
MARCELO BONACHELA.

Só fachada




Como terapeuta, passo seis dias por semana em contato com diversas neuroses e psicoses. Entro em contato com o sofrimento destas pessoas e busco – no limite de minhas forças e competências – ajudá-las.

Entretanto, fico impotente quando o paciente é vítima de uma pessoa que sofre deste mal: é pura máscara, hipócrita, sem conteúdo ...

Tenho, ao lado de minha poltrona, uma folha com a seguinte frase : “Todo moralista é imoral”. Sempre que uma paciente começa a enaltecer e glorificar as virtudes angelicais de seu marido (ou pai), afirmando que ele é diferente de todos, que ele não admite a existência do cinza, pego a folha e mostro, sem falar nada.
Após alguns minutos de silêncio, a maioria das pacientes deixa de lado o discurso “casamento feliz” e conta as suas decepções, as traições. A partir daí, elas começam a se revalorizar e a buscar seu próprio norte, percebendo que foram vítimas de um tirano que as subjulgou com falsos valores e falsas palavras.
Algumas, infelizmente, contam mais histórias que comprovam o aspecto semi-divino que o marido possui.

Atendi, há alguns anos, um casal em terapia sexual. Ele tinha perda de ereção quando da penetração e após alguns anos de casamento ela se tornou frígida.
Ela sempre dizia que o que a atraía no marido eram os seus valores: ele era fiel, valorizava a família e era diferente dos outros homens, pois era sempre verdadeiro (tanto quanto uma nota de trinta reais). Ele ia uma vez por semana para a matriz da empresa na qual trabalhava, aonde mantinha um “caso” com uma colega de outra cidade há anos. Além disso, frequentemente se valia de “garotas de programa” e “pegava” (expressão dele) uma menina do escritório.

Acredito que ele passaria em qualquer polígrafo (detector de mentira), pois ele afirmava que amava a esposa e nunca a trairia. Sim, tudo isso não era traição: ele é homem e como ele dizia “Isso é coisa de homem, né, doutor?”

Como dizia Renato Russo, “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”. Ele não se assumiria como “pegador”, pois sua mãe era conservadora e não admitiria uma separação. Acreditava que mulher decente “não precisa dessas coisas”, portanto, não acreditava fazer mal à sua esposa.

Como disse no início, como se libertar, se você nem sabe que está apodrecendo no fundo das masmorras de um fraco que não se assume e não se gosta?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lá vem a noiva




O casamento é algo que está em constante mutação devido aos avanços sociais e às conquistas que as mulheres realizaram: os anticoncepcionais orais, o acesso ao mercado de trabalho, o compartilhamento da educação dos filhos com a escola, dentre outras transformações, nos faz repensar o casamento.

Assim como em qualquer outra forma íntima de relação humana, o casamento é depositário de sentimentos contraditórios, egoísmos, preconceitos e servem para que muitos depositem no(a) parceiro(a) todos os seus problemas cotidianos. Tanto isto é verdade que, inconsciente e ingenuamente, muitos acreditam que tudo em sua vida irá se solucionar com a separação.

Muitos colocam o sexo como protagonista do casamento. Embora ele ocupe um lugar fundamental, o sexo não pode ser a única fonte de ligação para uma vida a dois. É fundamental porque, via de regra, o casamento exige a exclusividade erótica e sexual. Assim sendo, por decorrência, você é “obrigado” a se gratificar e a gratificar o(a) seu(ua) parceiro(a). Muitas de minhas pacientes –e alguns pacientes- se queixam desta ‘obrigação’, afirmando não sentirem mais amor ou tesão por seu marido.

Busco chamá-las para a inexorabilidade da obrigação, pois esta obrigação e renascida, desejada e reafirmada –consciente ou inconscientemente- a cada dia que ela se mantém no casamento uma vez que, quando ambos firmaram este CONTRATO afetivo e erótico, estavam dispostos à exclusividade sexual vivida, via de regra, ao menos, uma vez por semana e, já tive pacientes, com menos de quarenta anos de idade, que estavam no casamento há mais de cinco anos sem intimidade sexual. Então, assim, fica fácil perceber porque o sexo, ao longo do tempo, se transforma em foco central de ansiedade num casamento.

Ouço diariamente em meu consultório, o quanto é difícil se desfazer um casamento. Consigo entender o constrangimento social e as dificuldades econômicas que permeiam uma separação, mas, mesmo assim, a pessoa deve redescobrir seus potencias e seus valores e acreditar numa coisa muito importante que muitas mulheres esquecem: você não está sozinha no mundo. Você possui irmãos, pais, tios, primos e amigas que ficariam muito felizes em ajudar alguém que tanto amam. E não adianta você dizer: “Ele está falando isso porque não conhece minha família”. É besteira sua: canso de ouvir esta resistência ridícula à exposição social, mas, quando, vencidas por minha insistência, minhas pacientes ligam para um irmão, uma tia... recebem sim uma bronca por não terem ligado antes e por terem duvidado de seu amor.

Mas vamos continuar este texto falando da continuação do casamento e como podemos superar os problemas referentes ao sexo matrimonial que, para muitos, perdeu o caráter pecaminoso de algumas gerações anteriores. Mas isso não é suficiente ainda, pois ainda existe muito pouco diálogo erótico e sexual dentro do casamento. Este diálogo verdadeiro é caricaturado em forma de conversas que produzem novos jogos erótico, danças exóticas... que, apenas aumentam a ansiedade sexual do casal que vive em busca do ‘el dorado’ sexual, tentando o orgasmo simultâneo, artifícios de desempenho que, ao longo do tempo, levam a transtornos no prazer e à disfunções.

Cada vez mais a quantidade de revistas e sites especializados numa “normatização” do sexo, acaba gerando mais dúvidas sobre a própria capacidade do casal em desempenhar tão acrobaticamnte todas as ‘cento e oitenta e cinco dicas para ser feliz no casamento’. Puxa vida, precisaríamos viver, no mínino, cento e cinqüenta anos para realizar ao menos metade destas listas dogmáticas e preconceituosas. Fora isso, qualquer relacionamento é, geralmente, recheado de insegurança, ciúmes e medo de perder o atrativo físico.

Percebo que, hoje em dia, o trabalho do terapeuta consiste em dissolver a culpa e a vergonha sexual trazidas por décadas e, ao mesmo tempo, atuas como filtro e moderador filtro da ansiedade experimentada pelas estatísticas quanto ao número de coitos, posições, número de orgasmos...

Converso com meus pacientes (ambos os sexos) que o sexo não se limita ao coito. O sexo faz parte das vinte e quatro horas de um casal. O “bom dia” olhando nos olhos, o “passar o açúcar” gentilmente, o “como foi seu dia?” honestamente perguntado e atentamente escutado, o “elogio a qualquer coisa, qualquer ação” que o outro tenha realizado e, principalmente, o humor, são os grandes mantenedores de um projeto matrimonial com qualidade erótica e sexual, apesar das dificuldades e dos desencontros inerentes à própria vida.


Obs: este texto deveria ter sido publicado no dia 06/12, o que não ocorreu por problemas técnicos.

domingo, 29 de novembro de 2009

A gente não quer só dinheiro





O homem possui uma natureza competitiva. Praticamente todo homem gosta de medir força, habilidade esportiva, habilidade intelectual, tamanho do pênis... Estas competições, aparentemente saudáveis, causam grande frustração em boa parte dos competidores. Como numa maratona, milhares irão percorrer os mais de quarenta e dois quilômetros, porém, apenas um será o vencedor e mais dois ou quatro subiram ao pódio com o campeão.

No mundo competitivo moderno, o dinheiro, a boa condição econômica, o destaque, o poder e a admiração dos familiares e amigos são o pódio para poucos. Os demais se sentirão humilhados, frustrados e ridicularizados frente às suas famílias. Todos sabemos que quando falta dinheiro, tudo fica mais difícil e o estresse se torna mais presente.

Até hoje acredito no que aprendi em minha formação na S.B.P.J.: dinheiro é um valor subjetivo e arquetípico, ou seja, o homem gosta –desde os primórdios- de expor sua força, sua potência e suas qualidades através da caça, da lavoura farta, dos reinos conquistados... do dinheiro. Além disso, através do dinheiro você se representa existencialmente e emocionalmente. Você, literalmente, demonstra seu valor ao outro.

Em consultório, é muito comum que o paciente depressivo questione o preço do processo (mesmo tendo dinheiro de sobra para pagar). Isso acontece porque na cabeça dele “ele vale pouco”, está depreciado em seu valor. Como pode pensar em representar monetariamente como os outros se ele “vale tão pouco e, em seu íntimo, nem mesmo acredita que será curado”.

Esta obsessão por dinheiro e prestígio afeta diretamente o nível de entrega e satisfação sexual. Lembre-se que, para as questões profundamente emocionais, você vale pelo prazer e pelo quanto você consegue passar para o outro o quanto ele é importante e gratificante para você. Caso você faça isso, mesmo sem dinheiro, o seu valor será percebido. Pense bem e lembre-se que –provavelmente- esta pessoa ao seu lado se aproximou de você pelo seu humor, por tesão e, nesse tempo, vocês dividiam saquinho de pipoca e ‘enrolavam’ a noite toda com um refrigerante e uma cerveja quente na mesa para poderem ficar namorando. Percebeu como ela já amou você por seus encantos: esqueça o dinheiro e volte a ser encantador!

domingo, 22 de novembro de 2009

As perdas - a queda e a superação




Como qualquer outra atividade humana, no sexo nem sempre estamos cem por cento
abertos ou preparados para uma troca satisfatória. Várias causas de estresse são capazes de levar à disfunção sexual.

Nós geralmente temos uma grande dificuldade para lidar com as perdas, sejam estas de pessoas, objetos ou projetos não realizados... Lembro-me de uma professora no curso de Psicologia que insistia em nos alertar que deveríamos aprender a lidar com a frustração e a perda. Sei que este não é o aprendizado mais agradável do mundo e, quando filosofo estes temas com meus pacientes, alguns se defendem com pensamentos positivos sem fundamento, alegando que pensar sobre atrai negatividade... Infelizmente, o universo e a humanidade não nasceram para nos servir, portanto, temos sim que aprender a lidar com as inerentes e inevitáveis frustrações e perdas.

A perda produz um impacto chamado ‘dor psíquica’, cuja manifestação mais intensa se observa com a morte do cônjuge. Essa perda submete o indivíduo a um desolamento e a um sofrimento que beira o intolerável. Após alguns meses (em alguns casos, alguns anos) do luto imediato, pouco a pouco a vida vai ‘voltando ao normal’. A pessoa sente novamente interesse erótico por outras e tende a reiniciar sua vida e, por causa de feridas ainda não cicatrizadas, as falhas eréteis e ejaculatórias serão freqüentes e exigem paciência. Um bom aconselhamento psicológico ou espiritual produz grandes resultados.

Nem sempre as perdas são tão explícitas. Em determinados períodos da vida somos cobertos por aquelas “nuvenzinhas negras” que somente atraem negatividades. Já atendi diversos homens que começaram a manifestar disfunção erétil e não conseguiam saber porque. Lembro-me de um caso que, com as devidas distorções éticas, assim foi: Fazendo a indispensável anamnese descobrimos que há um ano e meio a esposa propôs divórcio. Três meses depois, fora promovido e teve que se mudar para uma capital há seiscentos quilômetros com a esposa. Dois meses depois ela engravidou e cessaram, momentaneamente, as discussões acerca do divorcio. Três meses antes de sua filhinha nascer sua mãe morreu de infarto (ele estava incomunicável e só soube do falecimento dias depois do sepultamento). Sua filha nasceu e seu relacionamento com a esposa voltou ao normal. Seis meses depois disso tudo este “herói” me procurou –encaminhado por um urologista- com um quadro de depressão e disfunção sexual. Ele não entendia porque agora que tudo estava tão bem, ele estava tão distante.

Expliquei que ele estava nesta ‘adrenalina matando um leão por dia’, estava heroicamente em pé superando e enfrentando grandes e dolorosos sofrimentos e, ao mesmo tempo, realizando grandes sonhos. Agora, podia relaxar e, tanto seu corpo quanto sua psique, estavam ‘traumatizados’ com todos estes acontecimentos positivos e negativos. Ele precisava elaborar tudo isso e pensar se continuava a valorar estas conquistas, se sua vida estava na direção que ele gostaria...


domingo, 8 de novembro de 2009

O PIC-NIC





Muitas vezes, o homem se sente tão pressionado e exigido ante a iminência de um encontro sexual, que se torna impossível compreender como, nessas circunstâncias tão desfavoráveis, pretende ter uma ereção, uma ejaculação e orgasmo.

Infelizmente, para alguns homens, o sexo é um torneio competitivo, em que se ganha ou perde. Ganha quando se consegue uma ereção forte e continuada e quando os orgasmos e as mulheres podem ser exibidos como troféus.

Você deve estar pensando que estou me referindo àqueles homens grosseirões, que, geralmente, aumentam em cinqüenta por cento o tamanho de seu pênis e aumentam em duzentos por cento o seu desempenho sexual. Estou falando do homem comum e a platéia são os valores e preconceitos os quais estão incorporados dentro de nós mesmos, desde pequenos. Quando o homem não tem ereção, como supõe que sua "platéia" interior manda ter, sente-se verdadeiramente atormentado e inferiorizado. Tenho um paciente que está com um grau elevadíssimo de ansiedade quanto à penetração. Ele e a esposa estão, passo-a-passo, empenhados nos exercícios de orientação sexual mas, quando vamos mudar de exercício, ele fica ‘branco de pavor’ e pergunta se não vai ter que tentar a penetração. O casal infelizmente demorou dois anos para procurar um médico e este encaminá-los para mim. Neste tempo instalou-se um verdadeiro pânico em meu paciente que está, pouco a pouco, se dissolvendo.

Não se vai para a cama com uma mulher para assistir a um espetáculo. E muito menos quando se é o protagonista! O papel de bom amante exige uma entrega quase total; não se pode ir para a cama pensando em problemas, ou pensando no juízo que fará a parceira. Uma vez ouvi numa palestra de um sexologista que o encontro sexual deveria ser um saudável pic-nic. Num pic-nic tudo é alegria: sem etiquetas inúteis, estende-se uma toalha por sobre o gramado e come-se com a mão, bebe-se em qualquer copo, mistura sabores, experimenta a liberdade e alegria do encontro descompromissado. Assim, resumiu o sexelogista, deveria ser o encontro sexual: um momento de descontração, diversão e descobertas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O leão fantasma - A angústia e as dificuldades sexuais





Temos a cada dia uma enormidade de desejos e influências que povoam a nossa mente e as nossas vontades. Geralmente o conflito entre desejar algo e não poder concretizá-Io ou consegui-Io produz um sinal de alerta chamado ansiedade ou angústia.

Muitas vezes, mesmo quando o perigo foi embora nós continuamos com o sinal de alerta ativado. Quem já foi assaltado ou sofreu uma batida de carro sabe muito bem disso. Ao menor sinal de semelhança do trauma, o corpo e a psique disparam um alerta de revivência do perigo. Vamos supor que você tenha ido ao zoológico e tenha corrido risco de morte por ter atravessado uma porta desavisadamente e quase fora devorado por um leão. Muito tempo depois de ter tido contato com o leão você poderá ter ataques de angústia. A sirene continua funcionando fora de tempo, não tem nada que ver com a situação atual. Quer dizer, não há leão, não há perigo evidente, e você sente angústia, como se o perigo estivesse ali, à sua frente.

Assim se dá mais da metade das disfunções sexuais por causa psicológica. Os sintomas mais comuns das crises de angústia ou ansiedade são as palpitações, as sufocações, os espasmos no abdome, as erupções na pele, os desmaios ou vertigens... Perceba o sofrimento e o desespero que este estado mental traz ao corpo e a psique, simulando uma enfermidade cardíaca, asma, ataques de apendicite, cólicas renais, urticárias graves ou psoríase e epilepsias ou enfermidades cerebrais. Toda esta experiência dolorosa leva, pouco a pouco ao estresse.

Estresse significa tensão, esforço. Uma pessoa submetida a uma tensão que exceda o nível tolerável tem seus sistemas defensivos rompidos. No campo da sexualidade uma coisa interessante é que as disfunções geralmente –por exemplo, os distúrbios da ejaculação e da ereção- não aparecem imediatamente após os problemas psíquicos. Só meses ou anos depois as disfunções aparecem. Por isso que, em atendimento psicoterápico, perguntamos como foram as primeiras experiências eróticas e sexuais para podermos mapear melhor a causa do distúrbio.

Tive um paciente no ano passado que sofria de ejaculação precoce e de uma crescente apatia erótica. Ele era casado há seis anos e não conseguia ter relações satisfatórias com a esposa há, pelo menos, quatro anos. Quando comecei a perguntar das parceiras anteriores ele não entendeu e, até mesmo, se irritou, achando que eu estivesse me desviando do problema. Como eu sou muito chato e persistente, insiste e descobri que a sua primeira namorada (com que namorou por cerca de doze meses) insistia que não tinha prazer nas relações sexuais com ele e que o seu ex-namorado, além de ter uma ‘pegada’ bem melhor, tinha um pênis maior e mais viril.

Meu paciente achava que estas “humilhações” haviam ficado no passado pois, desde então teve outras parceiras e sempre se sentiu ‘firme’. Entretanto, a sua esposa –há aproximadamente quatro anos- começou a questionar o casamento, a rotina e, obviamente, as relações sexuais, afirmando que ele não tinha mais a “mesma pegada” de quando namoravam. Não preciso continuar o detalhamento para que você perceba as semelhanças e as revivências neuróticas as quais ele estava se entregando. A elucidação de tais pontos e alguns exercícios de reaproximação erótica do casal foram suficientes pois, felizmente, eram ambos apaixonados.

domingo, 25 de outubro de 2009

Sexualidade e Afetividade




Estamos inaugurando uma série de debates acerca da sexualidade e afetividade humana. Iniciaremos com as questões masculinas por estas serem, ao meu ver, mais desencadeantes de distúrbios afetivos nos relacionamentos. Isso se deve às pressões quanto ao desempenho ‘infalível’ do binômio ereção/ejaculação e pelas dificuldades masculinas para se entregar verdadeira e exclusivamente a um amor, a uma paixão.

Na maioria dos casos, o temor, o medo e a ansiedade são as causas, em nível psicológico, da ejaculação precoce e das dificuldades de ereção. A maioria dos meus pacientes perseguem uma causa orgânica juntos aos médicos para que, assim, não sejam os responsáveis diretos por suas dificuldades. Por quê? O homem prefere imaginar que seus vasos ou algum hormônio estejam deficientes do que ter que acreditar que, por algum motivo próprio, ele é responsável por seus problemas.

A experiência sexual está intimamente ligada às emoções. E, entre as emoções experimentadas durante o encontro sexual, geralmente não se destacam o prazer, o gozo da companhia e a alegria com o companheiro ou companheira a quem se ama; pelo contrário, as emoções que se expõem primeiro são a vergonha, o temor irracional e a culpa. Essas emoções se tornam obstáculos difíceis de superar.

Um problema muito comum entre os homens é o medo de ser repudiado, que se inicia muito antes de se chegar ao ato sexual. Quando esses homens chegam ao ato sexual, não estão relaxados; estão preocupados com o que acontecerá, estão preocupados com o seu desempenho. O resultado será uma perda de espontaneidade, uma carência de prazer e, por fim, um déficit certo na qualidade da ereção, confirmando-se, desse modo, a antecipação do paciente: "Fracassei!". Muitos pacientes temem ser repudiados se não tiverem uma ereção rapidamente. Além do desconforto sexual do momento, esta inadequação abre uma ‘janela mórbida’ para que toda a insegurança e dúvida de seu desempenho permita que o homem experimente outras mulheres a fim de legitimar a sua virilidade, abrindo assim, caminho negativo para a traição e insatisfação afetiva.

O mito de estar ‘pronto de cara’ é um mito absurdo. O homem sente a obrigação de já demonstrar algum ‘interesse’, algum grau de rigidez assim que se expõe para a parceira e, como sabemos, geralmente a parceira quando vê que o homem está em completa flacidez já pensa: “Ih, desse mato não vai sair coelho”. Uma dica: a mulher tem que se sentir bem com esta flacidez inicial pois, assim, poderá trocar mais carinho e demonstrar para o parceiro que ele não é apenas uma prodigiosa ereção, mas antes, um agradável encontro afetivo/erótico.

Você percebe como ambos estão ansiosos, tensos e agindo contra o próprio propósito do encontro: o prazer e a alegria. O homem precisa se perceber um todo erótico para a parceira e, a mulher, precisa aprender a não jogar contra ela própria e deixar o homem mais calmo e mais carinhoso.

Até o próximo post,

Marcelo Bonachela

domingo, 18 de outubro de 2009

Escolha




Geralmente você não percebe que ao escolher algo, faz pela negativa, ou seja, escolhe não se vincular ao conjunto infinito de gratificações deixado para trás. É exatamente isto, você opta por deixar para trás outras situações que talvez fossem mais prazerosas do que aquela que escolheu.
Você deve sempre ter em mente que a sua própria condição de existência impõe, a priori, uma extrema limitação.
Somos corpóreos, limitados espacialmente. Nossos sentidos permanecem inevitavelmente presos a nossa existência, consequentemente, percebemos apenas aquilo que nos é próximo.
Você poderá estar imaginando como é arcaica esta concepção, afinal de contas, você liga o rádio e escuta vozes vindas de todos os cantos do planeta, você liga a televisão e tem, a sua frente, uma imagem de outro continente.
Correto, a tecnologia permite que você conheça coisas que talvez não fossem possíveis se tivesse que ir ao local onde encontra-se o objeto.
Caso você preste atenção de agora em diante, perceberá que no âmago de toda atenção e de toda esta informação, no centro de todo este rompimento de fronteira, no núcleo de todo este aparente alargamento de seus sentidos encontra-se simplesmente você, observando. Faz-se inevitável que você exista, faz-se inevitável que você reflita, faz-se absolutamente inevitável que você decida permanecer atento.
Você consegue perceber apenas aquilo que os seus sentidos existenciais podem absorver-evidentemente não estou me referindo as experiências místicas, religiosas.
Toda informação, seja ela emocional ou cognitiva, sempre está submetida a sua existência. Como percebe, você é ao mesmo tempo escravo de uma limitação corpórea e senhor da atenção pelos sentidos.
Você é sempre obrigado a direcionar suas atenções. Cabe, portanto, a tomada de consciência deste fato pra que, esforce-se conquistar e manter sensações gratificantes.
Você deve perceber que a sua auto-percepção está intrinsecamente ligada as suas sensações. Se selecionar na maior parte do tempo sensações prazerosas, humanizantes, de certo conquistará cada vez mais autonomia em relação ao mundo. Mas, se ao inverso, permanecer ignorando este poder,correrá o risco de subtrair sua dignidade de vida e terá, num determinado tempo,de se perguntar:
Quem realmente sou?
O que eu desejo?
Estou produzindo Felicidade para mim e para os outros?

domingo, 11 de outubro de 2009

Respostas





Todos os dias encontramo-nos diante de uma infinidade de situações esperadas e inesperadas que nos solicitam uma constante atenção e sutileza. Diante destes agradáveis confrontos existenciais podemos perceber a capacidade que nos foi generosamente atribuída.
Esta dádiva apresenta-se como uma enorme capacidade criativa de deslocamento frente as situações mundanas. É incrível pensarmos o potencial transformador que o homem possui.
Infelizmente, muitas pessoas colocam suas ainda limitadas percepções como absolutas, como plenamente desenvolvidas. Fecham-se em suas cascas, tendo dessa forma pouca mobilidade e excessiva proteção.
Podemos perceber as coisas sem que haja esse véu que entorpeça a vista. As situações deveriam ser sempre "respostas". As pessoas ficam geralmente assustadas, incomodadas quando sua visão de mundo é confrontada. Quantas vezes você realmente conversou com o mundo ?



Geralmente as transformações incomodam as pessoas. Tem-se um péssimo hábito de supor que aquilo que é novo é perigoso. Só existe neste caso um perigo: a sua certeza. Exponha-se, declare-se, apresente-se ao novo. Acredite que aquela situação que se faz presente é saudável, é próspera, é inocentemente agradável. Despoje-se de seus insignificantes e desnecessários julgamentos. O mundo está num constante "por vir".
Não tenha medo. Não se encolha. Não permita que a sua ilusória certeza lhe impossibilite de acolher aquela verdadeira situação.
Cada situação, em especial a nova, é sempre mensageira de uma resposta. O obstáculo é visto apenas pela pessoa que se apegou ao velho, o qual um dia foi novo e pediu para continuar respirando a novidade, mas essa pessoa preferiu sufoca-lo em sua casca. As situações não ficam velhas, são as pessoas que não aceitam que viver é simplesmente estar em constante animação.

domingo, 4 de outubro de 2009

Pense bem ...


Pense bem ...


"Por trás da fachada que as pessoas apresentam em público, infelizmente, a maioria vive desorientada.
Muitas são as pessoas que vivem inquietas, infelizes, insatisfeitas.
Algumas se encontram literalmente derrotadas, arrasadas.
Boa parte das pessoas não sente forças para reagir, entrega-se a grande infelicidade e distanciamento que o dia-a-dia impõe as almas humanas.
Sim, não necessitam de alma para realizarem as tarefas do cotidiano. Basta-lhes uma cega e desanimada representação.
As realizações, nunca chegam, as decepções, se acumulam. Os aborrecimentos, permanecem constantes; as gratificações, permanecem distantes.
Toda essa insuficiente realidade pode ser criticada, pensada.
Viver, ao invés de ceder.
Agir, ao invés de padecer.
Para muitas pessoas, o mais importante ainda não foi aprendido
- para algumas pessoas sequer apresentado - :
Como viver em Alegria, Felicidade e Entusiasmo!

domingo, 27 de setembro de 2009

ASSUMIR-SE




A verdade é algo perseguido por todos. A cada momento da vida, a cada instante, você vai desenvolvendo "verdades", isto é, vai dando significado para si mesmo e para o mundo que o cerca.
Estes significados vão servindo de modelos que, ao longo do tempo, transformam-se em formas as quais passam a ditar aquilo que é percebido, pensado e sentido. Pense quando foi a última vez que você questionou as coisas corriqueiras; como sua higiene pessoal,a vida que você "construiu"...

A cada nova experiência, a cada noite de sono, a cada despertar, acordamos para uma "nova vida". Assim, ao menos deveria ser, mas, infelizmente, preferimos enxergar os acontecimentos com os "velhos olhos" do passado. Deste modo, perdemos a relação com o "agora" e não nos oferecemos livres para o contato puro com o momento presente.

Ao invés de nos lançarmos ingênuos para o momento presente, nos cercamos da "certeza" daquilo que pensamos - aquilo que é o certo, o digno. A "certeza" é a grande armadilha que nos empurra para a cegueira do dogma. O mais infame desta cilada está em não permitir ao desafortunado prisioneiro, a menor chance de escapar, pois, no dogma, o questionamento e o crescimento não existem.

Como, portanto, saber o que pensar? Como discernir entre o certo e o errado? A verdadeira questão deveria ser: Como ser feliz? Qual será o prazer que me fará mais pleno?

Todos nós buscamos, conscientemente ou não, o "prazer". Cada qual ao seu modo, em seu ritmo e com a sua capacidade. Sim, possuímos energias diferentes. Não somos todos iguais, nem física nem psiquicamente.

Muito provavelmente a felicidade e o prazer farão parte da sua vida se você desenvolver esse senso crítico da própria existência. Não são os outros que deveriam ser o seu objetivo de vida.

Os outros deveriam, apenas, compartilhar de sua alegria. Permita que eles desfrutem daquilo que transborda em você. Pense sempre em preencher os outros com a sua presença, a sua infinita vontade de sentir prazer em cada segundo de sua vida.

Busque não pensar em ser preenchido pelo mundo. Lembre-se:"Você cria o mundo no qual vive!" Você é capaz de transformar e modificar as relações do "seu mundo". Ao acordar, "crie" o seu dia.Quando tiver um problema, "crie" a sua solução. Quando estiver desanimado, "crie" sua felicidade.

Um abraço,

Marcelo Bonachela

domingo, 20 de setembro de 2009

Síndrome do Pânico




O tema da palestra do dia 24 será Síndrome do Pânico e Ansiedade. Como este quadro aparece frequentemente, achei interessante trazer alguns pontos sobre o problema.


Na Síndrome do Pânico, a pessoa sente como se estivesse com algo muito errado em seu corpo, pois este se comporta de modo muito "estranho", porém os exames clínicos não detectam nada de anormal com seu organismo. O corpo reage como se estivesse frente a um perigo extremo, porém não há nada visível que possa justificar esta reação. Na Síndrome de Pânico o perigo vem de dentro.


Os ataques de pânico se iniciam geralmente com um susto em relação a algumas sensações do corpo. Estas sensações disparadoras podem ser desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor...


A partir deste susto inicial, começa um processo de medo e ansiedade que vai crescendo até atingir uma intensidade em que a pessoa se sente em estado de desespero e pânico. No estado de pânico a pessoa pode se sentir "fora da realidade", com falta de ar, taquicardia, desesperada e achando que vai morrer.

OS SINTOMAS: Taquicardia, perda do foco visual, falta de ar, dificuldade de respirar, formigamentos, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, medo de perder o controle, sensação de irrealidade, despersonalização, medo de enlouquecer, sudorese, tremores, náuseas, desconforto abdominal, calafrios, ondas de calor, medo de desmaiar, sensação de iminência da morte, boca seca.

ANSIEDADE ANTECIPATÓRIA: Uma das características da Síndrome do Pânico é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise.

A experiência do Pânico é muito próxima do DESESPERO DE UMA CRIANÇA pequena que se sente perdida dos pais, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se deixada ao devir, frágil, sem proteção, sob o risco do aniquilamento e da morte.

Geralmente, as pessoas com pânico sentem uma sensação de estar "ausente", meio fora da realidade, se sentindo distante dos outros, mesmo de quem está ao seu lado. Os olhos perdem o foco... Neste momento a crise se inicia.

O TRATAMENTO: Há alguns objetivos básicos no tratamento da Síndrome do Pânico:

1 - Aprender a gerenciar as crises, diminuindo a intensidade e a incidência dos sintomas nas crises de Pânico.

2 - Modificar a relação da pessoa com as sensações do próprio corpo.

3 - Restabelecer e desenvolver a capacidade de criar e sustentar conexões e vínculos com pessoas significativas, o que protege do desamparo e da ansiedade.

4 - Elaborar os processos psicológicos que estavam atuando quando as crises começaram e que mantém a pessoa em estado de pré-Pânico.

A MELHORA advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos e sente-se profundamente conectada com as pessoas afetivamente importantes para ela.


Superar a experiência da Síndrome do Pânico pode ser também uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo de vida de cada um.

domingo, 13 de setembro de 2009

Faça alguma coisa!



Quando tiver algum problema

faça alguma coisa!

Se não puder passar por cima,

passe por baixo,

passe através,

dê a volta,

vá pela direita,

vá pela esquerda.

Se não puder obter o material certo,

vá procurá-lo.

Se não puder encontrá-lo,

substitua-o.

Se não puder substituí-lo,

improvise.

Se não puder improvisar,

inove.

Mas, acima de tudo,

faça alguma coisa!

Há dois gêneros de pessoas

que nunca chegam a lugar nenhum:

as que não querem fazer nada

e as que só inventam desculpas...

domingo, 6 de setembro de 2009

Respeite-se




Quantas vezes nos sentimos desrespeitados?
Quantas vezes nos desrespeitamos para não faltar com o respeito ao outro?

Cada vez mais nos vemos na necessidade de agradar a um mundo cada vez mais gigantesco: temos que agradar à família, aos amigos, às minorias, agradar no trabalho, respeitar os dogmas e valores da religião ...

Todos estes mundos nos propõem muitas representações: por vezes distorcidas, contrárias às nossas vontades.

Além desses mundos, temos hoje a necessidade de agradar a um mundo cada vez mais concreto: o da comunicação.
Sim, talvez o mundo mais real de todos os que vivemos atualmente.
Precisamos nos desrespeitar em nosso momento de lazer e recolhimento para nos linkarmos nos acontecimentos que estão ocorrendo no mundo da comunicação desenfreada sem hesitação.

É, literalmente, muita luz para pouca visão, muita informação pra pouca condição de processar.
Sim, continuamos apenas seres humanos tendo que nos comportar como máquinas que processam informação durante as 24 horas do dia.

Muitos de meus pacientes que estão produzindo este auto-desrespeito e vivem plugados no MSN, Orkut, Twitter, Facebook e etc, estão se queixando de tensão, insônia, angústia e uma sensação de auto-agressão quando não estão colados em algo ou alguém, buscando informação.
Eles tem a sensação de que em poucas horas ficarão para trás, perderam centenas de emails, dicas, rastros de vida.

Não me espantará se daqui há alguns meses passe a existir esta nova modalidade de angústia existencial: a angústia de “não é comigo, mas eu preciso saber de tudo porque, no fundo, não vivo minha própria vida e minhas próprias sensações.”

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As mudanças e a mitologia hindu





Quanto tempo sem postar ... As aulas recomeçaram, as palestras têm sido um sucesso, e não pude atualizar o blog como gostaria ...

Porém, esses dias estava pensando nas mudanças que ocorrem em nossas vidas, e quis escrever um texto sobre a interpretação da mitologia hindu para esse fenômeno.

Na mitologia hindu, existem três deuses que compõem ao trimurti (a tríade divina): BHRAMA, USHINU e SHIVA. Simplificando, BHRAMA é o deus criador, USHINU é o deus conservador e SHIVA o deus transformador.

No pensamento junguiano, buscamos entender os ciclos de acontecimentos através da intervenção desses deuses.

Por exemplo: BHRAMA dá uma paixão para a sua vida, USHINU mantém este amor por meses, anos, fazendo com que tudo pareça perfeito e eterno. Aí, SHIVA, percebendo a corrosão (a deteriorização), transforma esse amor, interferindo com uma mudança (uma amante, um filho, um acidente ...).

Nesse momento, ficamos indignados e pensamos: “Por que os deuses estão me castigando?”.

Não se trata disso. Apenas é o momento de fechar um ciclo, matando o que já não serve mais e permitindo que aconteça uma transformação. Nesta hora, você deve pedir a BHRAMA que inicie algo novo em sua vida.

Aliás, se você perceber, quando estamos sob a influência de SHIVA, nos sentimos pesados, como se tudo estivesse desmoronando, mas, quando o ciclo de BHRAMA entra em nossas vidas, nos sentimos novamente agraciados e renovados, pelo novo amor, por novas oportunidades profissionais, com a saúde recuperada ...

Pense nisso.

Um abraço,

Marcelo Bonachela.

Sexo e Amor


Essa é uma das pranchas da apresentação da palestra sobre Sexo e Amor:



"Na paixão, é como se ambos se transformassem em um só ser humano: há, portanto, uma perda de limites de cada um"

Na próxima quinta-feira, dia 06 de agosto, o evento do BONA FILOSOFIA & BEM-VIVER será a palestra Sexo e Amor. Todas as vagas já foram reservadas, inclusive com um número extra de participantes, o que me deixou feliz.

Na palestra, eu falo sobre sexualidade, as diferenças e semelhanças entre homens e mulheres, o amor romântico, os tabus, frigidez, impotência, masturbação, orgasmo, enfim ... o tema é amplo, e o objetivo dessa palestra é provocar o questionamento nas pessoas, e quiçá, um amadurecimento pessoal, trazendo benefícios para seus relacionamentos na medida em que cada um entende melhor a si mesmo e o corpo e as emoções do(a) parceiro(a).

Embora ainda seja um tema que encontra preconceitos e timidez para ser discutido, é fato que a sexualidade é uma parte fundamental para o bem-estar das pessoas, porque na verdade, se trata de uma aceitação do corpo, de si mesmo e do outro. Falar em sexo também é falar em desejo, prazer, alegria e vida!

Deixem seus comentários.

Até mais!
Marcelo Bonachela

Curso de Tarô



No dia 23 de julho de 2009 teve início o curso de Tarô: Uma visão Simbólica e Mitológica. Todas as vagas foram preenchidas e eu fiquei muito satisfeito, pois este é um curso que eu gosto de oferecer por trabalhar com um assunto tão estigmatizado e que, visto de modo correto, permite o contato com um conhecimento milenar de modo saudável e claro. Ex-alunos, profissionais de Psicologia e outros interessados fizeram parte destes encontros enriquecedores para todos.

Muitos nunca haviam tido contato com o Tarô, vieram por interesse cultural e por saberem que eu trataria este assunto de modo histórico e filosófico, sem deixar de lado o lúdico existente no Tarô. Preparei o conteúdo com carinho, usando o conhecimento adquirido em anos, falando tanto dos aspectos simbólicos das cartas quanto da sua relação com a mitologia grega.

Visto que todo o material simbólico deriva de um nível de experiência humana comum a toda a humanidade, é verdade, que se podem fazer conexões válidas entre alguns símbolos do Tarô e os de outros sistemas. Suas imagens não nascem do nosso intelecto. Elas não se apresentam de maneira lógica.

Para Jung e os junguianos, o Tarô, assim como outros jogos e tentativas primordiais de adivinhação do invisível e do futuro, tinha sua origem em padrões profundos do inconsciente coletivo, com acesso a potenciais de maior percepção à disposição desses padrões. Estes ‘jogos’ são – assim como os ‘Sonhos’ e a ‘Caixa de Areia’ - outra ponte não-racional sobre o aparente divisor de águas entre o inconsciente e a consciência. Abaixo, duas pranchas da apresentação (uma falando sobre o significado da carta, e outra com base na Mitologia:





Para ver as figuras em tamanho maior, clique nelas)


Nesta quinta-feira, 30/07, teremos a segunda parte do curso. Devido ao sucesso, provavelmente teremos outra turma de Tarô ainda neste semestre. Os próximos cursos do “Bona Teorias e Técnicas” já estão programados, e podem ser acessados em: www.bonachela.com.br/cursos. Aguardem novidades no blog.
Esse é um espaço para a troca de idéias e para mantermos contato.

Um abraço, Marcelo Bonachela

A pessoa neurótica





A pessoa neurótica parte do princípio de que os outros têm a obrigação de lhe dispensar atenções especiais, satisfazer todas as exigências advindas das suas inibições e conflitos. Acha que não cabe a ela cuidar de seus problemas, afinal, os outros criaram e colocaram esse mal dentro dela. Para a pessoa neurótica, tudo que possa pensar, falar ou desejar não deverá ter conseqüências negativas, pois a não satisfação desse desejo será sentida como frustração, ofensa e mais ressentimento acumulado.

O neurótico impõe uma completa isenção de responsabilidade em relação aos seus atos. Quando se sente inferiorizado, julga-se no direito de dizer e fazer tudo que ache importante, pois o mundo deveria estar a seu serviço “depois de tudo que ele já sofreu". Por vezes, percebe-se o neurótico por ser arrogante e vingativo; compelido a ofender os outros e, apesar de tudo que possa fazer aos mais próximos, acha que ninguém deveria se ofender com o seu modo de ser “explosivo” e “sincero”. Este é o famoso “eu fui criado desse jeito, quem quiser que agüente!”. A idéia de não ter nascido com sorte é o disfarce perfeito para o sentimento de inveja, cheio de ressentimento em relação a qualquer pessoa que seja mais afortunada em sua vida.

A pessoa neurótica se recusa a perceber que os outros também possuem necessidades e limitações. As necessidades dos outros nada significam para ela, ou melhor dizendo, significam mais uma vez que ele está em segundo (pra não dizer último) plano em relação ao interesse dos outros. As necessidades do neurótico devem ter prioridade absoluta. Não percebe que mantém em seu interior necessidades neuróticas. Aliás, a simples menção dessa possibilidade é recebida imediatamente como ofensa. Pode, no máximo, dar-se conta de certas expressões de impaciência e intolerância. Não gosta de pedir algo aos outros, ou de dizer ‘muito obrigado’. Entretanto, não se dá conta de que julga que, para os outros, dizer a ele um “muito obrigado” é o mínimo.

O neurótico espera obter o que deseja sem fazer o esforço necessário para conquistá-lo. Se se sente só, não admitirá que precisa chamar alguém; pois o outro tem a “obrigação” de procurá-lo. Para poder gozar de certos favores especiais, tenderá a exagerar as suas qualidades e seus méritos pessoais. Isso tudo é, naturalmente inconsciente.

Vamos tornar consciente a sua auto-percepção para que assim, você possa gozar plenamente das relações e dos momentos de sua vida?

Autor: Marcelo Bonachela

Primeiro post




A idéia de criar um blog vai ao encontro do que eu busco agora: estar mais próximo das pessoas, fazendo mais cursos e palestras, aproveitando meu novo espaço.

No segundo semestre de 2009, teremos um novo núcleo de encontros: o Bona: Filosofia & Bem-viver, com o propósito primeiro de incentivar o auto-conhecimento e a qualidade de vida, através de encontros quinzenais gratuitos.

Teremos também um novo núcleo de cursos: o Bona Teorias & Técnicas, que são cursos específicos, mais técnicos. O primeiro será sobre tarô, agora em julho.

Nos próximos posts eu vou falar um pouco mais sobre esses dois núcleos de cursos, e também quero aproveitar o blog para comentar livros, filmes, situações do cotidiano, reflexões e tudo mais que possa servir para ampliar esse diálogo.

Até mais, Marcelo Bonachela.